A astrofotografia, que são fotos do céu noturno, nos permite registrar o céu em sua verdadeira natureza e complexidade, capturando mais detalhes dos astros e dos corpos celestes. Para obter detalhes de um céu mais limpo tivemos que nos afastar das luzes artificiais, pois ofuscam o brilho das estrelas e do próprio Céu. Por isso, realizamos paradas a cada 50 km rumo ao norte de Brasília, em direção aos arredores da cidade de Alto Paraíso de Goiás, finalizando na marca de 200 km de distância de Brasília.

Poluição luminosa é o excesso ou má utilização da iluminação artificial que interfere na visibilidade do céu noturno. Esse fenômeno ocorre principalmente no perímetro urbano, onde a iluminação artificial, como postes, carros, outdoors e outras fontes luminosas criam um brilho que ofusca a visão das estrelas e de outros corpos celestes.

A má utilização da iluminação pública e de outras fontes luminosas contribui para a poluição luminosa, principalmente quando a luz é direcionada para cima ou para áreas que não necessitam de iluminação. Embora as luzes de LED, utilizadas atualmente, sejam energeticamente mais eficientes, seu uso inadequado na direção vertical intensifica o ofuscamento do céu noturno, obscurecendo a visão das estrelas. Este direcionamento incorreto da iluminação não só desperdiça energia, mas também interfere diretamente na capacidade de observação do Céu, apagando sua beleza natural e perturbando o equilíbrio dos ecossistemas noturnos.

A poluição luminosa influencia na sua conta de luz e na taxa de iluminação pública que você paga. A iluminação ineficiente e mal direcionada desperdiça energia, o que aumenta os custos tanto para os contribuintes quanto para os governos municipais. No Brasil, a norma NBR 5101 rege a iluminação pública e define os requisitos mínimos para instalação adequada de sistemas de iluminação que minimizem a poluição luminosa. É importante que essa norma exista, faça sentido e seja cumprida. O que ajudaria a reduzir os desperdícios e melhoraria a eficiência energética, resultando em economia para todos e preservação do céu noturno.

Como reduzir a Poluição Luminosa?

Existem várias maneiras práticas de reduzir a poluição luminosa. Por exemplo:

• Utilizar postes que direcionem a luz apenas para onde é necessário, evitando que ela se espalhe para cima ou para os lados;
• Implementar sensores de movimento para que as luzes só sejam ligadas quando há atividade no local, reduzindo o tempo de iluminação desnecessária;
• Regular a intensidade das luzes para níveis adequados, evitando excesso de brilho e desperdício de energia;
• Utilizar lâmpadas de LED com temperatura de cor mais quente (mais amarelada) para reduzir o impacto ambiental e a dispersão da luz;
• Seguir a Norma NBR 5101 para garantir que a iluminação pública seja projetada para baixo e instalada de forma correta para a minimizar a poluição luminosa;
• Instalar temporizadores para desligar a iluminação em horários de baixa atividade ou durante a madrugada;
• Conscientizar as empresas responsáveis pela iluminação pública sobre a importância de reduzir a poluição luminosa e incentivar práticas de iluminação responsável;
• Criar zonas protegidas contra a poluição luminosa em áreas de proteção ambiental.

O céu noturno deve ser reconhecido como um patrimônio mundial devido à sua importância histórica, científica e cultural. Desde os tempos antigos, a humanidade tem se guiado pelas estrelas para a navegação, agricultura e desenvolvimento de mitologias e religiões. Desde 2016, a UNESCO define o céu noturno como um patrimônio natural, pois entendemos seu valor inestimável para a ciência, como na astronomia e nas descobertas espaciais. Preservar o céu noturno é proteger um recurso universal que enriquece a experiência humana e conserva nossa herança cultural.